Pular para o conteúdo principal

Revisão & Preparação de Textos

 Considerada uma das etapas mais importantes de toda e qualquer produção textual, a revisão é fundamental para garantir a credibilidade de uma instituição, bem como para transmitir com clareza e autenticidade as ideias do(s) autor(es). O fato de o processo editorial ser bastante peculiar, e de apresentar várias etapas de produção, faz com que a revisão esteja presente em vários desses momentos, podendo ser ela também revisão crítica, revisão final e revisão de provas.
     Para além da revisão com vistas à publicação editorial, ela é também etapa fundamental em textos como currículos, cartas de apresentação (em francês les lettres de motivation), e-mails profissionais, documentos empresariais, campanhas publicitárias (impressas ou destinadas aos ambientes virtuais, como as redes sociais)... Todos os gêneros textuais que têm como objetivo serem lidos por outras pessoas além do próprio autor são passíveis de revisão, em especial os que precisam atingir, com clareza e eficiência, um número xis de pessoas.
    Já a preparação de textos, conhecida também por preparação de originais, é um melhoramento em prol da produção textual, ou seja, um polimento dado ao material antes da revisão propriamente dita.  Nessa etapa de cuidado com o texto, faz-se necessário o aprimoramento de trechos da obra ou até de toda a obra – sem interferir no estilo do autor – para dar ao texto legibilidade e compreensibilidade. Em geral, as obras precisam ser preparadas antes de publicadas, pois é essencial a adequação da linguagem ao público-alvo a que se destinam. 
     A preparação de textos demanda mais tempo que a revisão, visto que o diálogo com o autor é mais constante. Ela exige que haja um alinhamento dos argumentos e das ideias apresentados, sendo muito importante o contato com o autor para que se compreenda seus objetivos. Ela se destina aos gêneros textuais acadêmicos (artigos, ensaios, monografias, TCCs, dissertações, teses), às publicações editoriais (textos literários em prosa, livros de todas as áreas do saber, materiais didáticos), sendo necessária também em todos os gêneros textuais em que sejam desenvolvidas (palavra importante!) ideias e argumentos. Um currículo, por exemplo, não precisa de preparação de texto, pois seu conteúdo é apresentado em tópicos, já uma postagem em um blog, sim. Não há em um CV, portanto, apresentação e desenvolvimento de ideias e nem de argumentos; há apenas informações sobre a trajetória de uma determinada pessoa. Uma postagem em um blog, por outro lado, pode apresentar ideias e argumentos dos mais variados aos seus leitores, o que a torna uma forte candidata à preparação de textos!
     O ato de desenvolver ideias e argumentos, de apresentá-los na forma de um texto escrito, precisa ser olhado com bastante cuidado, para garantir que os leitores decodifiquem a produção textual e que a compreendam. Por isso, a preparação de textos e a revisão, em muitos casos, andam de mãos dadas: garantir a coesão e a coerência é tarefa de ambas as atividades. O que as diferencia, então? Difícil dizer, pois vai depender de cada produção textual a ser trabalhada. Como regra geral, considero que se o texto apresenta todos os argumentos e as cadeias lógicas do início ao fim, sem pontas soltas, sem informações que se perdem em si mesmas, levando o leitor à compreensão total do conteúdo apresentado, esse texto precisará apenas de revisão. Sempre que for preciso incluir frases e parágrafos para que as ideias e os argumentos se tornem claros, desenvolvam-se, conectem-se e que façam sentido para o leitor, o texto precisa, antes da revisão, da etapa de preparação. 
     Como revisora e preparadora de textos, eu me especializei nas literaturas infantil e juvenil. Simplesmente adoro revisar textos literários para esses leitores! Eles são leves e profundos ao mesmo tempo. Acompanhar todo o processo editorial para a publicação de livros para crianças e jovens é muito estimulante, principalmente pela troca com diagramadores e ilustradores. E é claro, a troca com os autores é outra delícia, além de ser fundamental para a compreensão tanto do estilo de quem escreve quanto da obra em si. 
     A seguir, apresento para vocês as capas das obras que revisei e preparei e que já foram publicadas. Todas elas deixaram uma lembrança bem gostosa dos processos de revisão e de preparação:


[Em construção]

     Trabalhei também muitos anos como revisora e preparadora de materiais didáticos para o ensino superior e para cursos de formação de executivos. Por incrível que pareça, uma área que tem pouquíssimo a ver com a minha e que mais me interessa, até hoje, é a área de gestão de negócios. Eu sinto que sempre aprendo muito quando reviso esses materiais! Já tive a oportunidade de conhecer os bastidores de grandes empresas, graças ao meu trabalho como profissional do texto, e de compreender o funcionamento das produções textuais para essa área. Devido aos trabalhos com revisão e preparação de textos de gestão, voltados para a formação de executivos brasileiros e estrangeiros, eu comecei a ver a importância de se revisar currículos e cartas de apresentação e a necessidade de eles estarem alinhados aos objetivos profissionais dos candidatos e às experiências já adquiridas por eles. Sempre recomendo os artigos da Revista Exame sobre carreira para se repensar o próprio currículo. O meu, inclusive, eu peguei o modelo de lá! 

    E você, já pensou em revisar o seu currículo e a sua carta de apresentação? 
    Ou aquele projeto editorial engavetado há anos? 
    Vamos conversar! 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mestra em Letras!

A experiência do mestrado foi, sem dúvida, uma das mais intensas da minha vida até o momento. Envolvi-me não somente com a pesquisa, como é exigido para a pós-graduação, mas também com o ensino na graduação e com a extensão universitária. Tudo isso sem deixar de participar dos grupos de pesquisa da USP, dos trabalhos de preparação e revisão de livros e do ensino do francês na Aliança Francesa.  O que considero de fundamental importância no meu percurso acadêmico, sobretudo na USP, foram as pessoas que eu conheci: - as que convivi mais intimamente e que se tornaram grandes amigos; - as que me procuraram nos intervalos dos congressos para trocar uma ideia sobre nossos temas de pesquisa;   - as que passaram os intervalos comigo no café da Tia Bia; - as que trabalharam comigo, dentro e fora da USP; - as que me acolheram em São Paulo. Elas eram colegas de curso, professores e alunos de graduação. Eram as pessoas que marcavam comigo viagens para congressos, saídas, reuniões. Todas e cada uma

Um passeio pela USP (dois anos e 3 meses após o início da pandemia)

 Fora toda a dificuldade e angústia que todos nós sentimos ao longo da pandemia e as perdas de entes e amigos queridos, cada um teve também perdas materiais e experienciais. A maior dessas últimas, para mim, foi ter realizado a defesa da minha dissertação on-line.  Sempre imaginei como seria a defesa da minha dissertação: cercada das pessoas que gosto, vestida com uma roupa bem bonita e escolhida com muito cuidado para a ocasião. No intervalo, beberia um café e uma água com gás e aproveitaria para tentar relaxar jogando conversa fora, na porta do prédio administrativo da FFLCH. Quem sabe não teria alguém tocando aquele piano maravilhoso do saguão? Poderia estar sol ou chuva, mas nada disso iria importar, porque, ao final, todos iríamos nos reunir em um lugar bem bacana para celebrar a minha conquista. Seria um momento realmente memorável. Provavelmente, eu iria esquecer de tirar fotos, porque nunca lembro mesmo, mas talvez tivesse alguma para guardar de recordação. Em todo caso, ficari

100 aulas dadas são 100 aulas planejadas... e pensadas!

Hoje eu comemoro a minha marca pessoal de 100 (!) aulas dadas on-line na Aliança Francesa daqui de São Paulo. Foram 100 aulas dadas, 100 aulas planejadas para o ensino remoto. Algumas dessas aulas foram de 1h30, outras de 2h, outras ainda de 3h. Foram quase 300 horas de aula dadas.  Lá em março, um pouco antes do confinamento, quando eu havia acabado de comprar trocentas canetas de cores diferentes para usar no quadro branco, quando eu havia pensando e montado uma pasta para cada turma que viesse a ter ao longo do ano, as aulas presenciais foram suspensas. Os professores da AFSP passaram duas semanas inteiras em formação, de manhã e de tarde. Naquela época, eu achei que não conseguiria dar nem a primeira aula. Mas eu dei. E me senti satisfeita com meu trabalho. Meus queridos alunos não desistiram de mim no primeiro semestre, e eu dei o meu melhor por eles. Depois vieram mais turmas. Hoje entreguei mais uma turma para o módulo 2. E, com ela, minha marca de 100 aulas dadas em um contexto

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *